Matemática para quem? Desafios e Perspectivas na participação feminina em Ciências Exatas e Matemática na Educação Básica


Resumo: Sabemos da histórica desigualdade estereotípica de gênero, enraizada na sociedade, em que mulheres exercem o papel doméstico, do cuidado, e nunca o de protagonistas do desenvolvimento do mundo. No ambiente acadêmico das exatas, por muitas vezes, as mulheres são subestimadas e menosprezadas, ditas incapazes de executar uma função "masculina", não recebendo o devido reconhecimento puramente pelo seu gênero. Esse comportamento é responsável por perpetuar a discriminação e a disparidade, tornando o seu debate de suma importância, visando o bem estar social. Portanto, a proposta visa criar um espaço de discussão, em que meninas e mulheres possam compartilhar suas experiências e ideias, a fim de dissecarmos, entendermos e combatermos esse fenômeno. Esta pesquisa tem como objetivo compreender a relação das meninas na Educação Básica com a ciência, sobretudo em relação à disciplina de Matemática. A abordagem é qualitativa, sendo um estudo exploratório, e a metodologia foi um estudo de caso no IFRS campus Osório. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica, e procedeu-se à coleta de dados através de formulário eletrônico. Responderam ao questionário 39 estudantes, com idades entre 15 e 19 anos, dos cursos de EMI Administração e EMI Informática, sendo 33 do sexo feminino. Como resultados verificou-se que um terço declarou não gostar de Matemática, e para alguns (5) essa relação depende do conteúdo e do professor. As palavras mais citadas para representar os sentimentos em relação à matemática foram confusão, complexidade, tristeza e ansiedade, e 17 estudantes disseram se sentir constrangidos ao perguntar sobre o conteúdo em aula quando têm alguma dúvida. Percebe-se pelos resultados, que a Matemática é uma disciplina em que os/as estudantes se sentem inseguros e com receio. Verifica-se que as meninas relatam experiências piores em relação à Matemática, e constata-se que o professor tem papel importante na relação do/da estudante com a disciplina. Em continuidade ao estudo será desenvolvido um grupo focal com as estudantes, a fim de levantar mais dados e possibilitar uma análise mais detalhada. Tais dados poderão servir de subsídios para implementar ações futuras que visem despertar o interesse das meninas pela matemática, e pelas ciências exatas de forma geral.

Referências: CUNHA, Márcia Borin da et al . As mulheres na ciência: o interesse das estudantes brasileiras pela carreira científica. Educ. quím, México , v. 25, n. 4, p. 407-417, 2014 . Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-893X2014000400002&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 26 set. 2018. GONÇALVES, B. M. V., SILVA, P. A. da, GONÇALVES, B. M. V., FROTA, D. A., CARDOSO, M. B. Mulheres na Ciência E Matemática: o que Dizem as Teses e Dissertações. Jornal Internacional De Estudos Em Educação Matemática, 15(3), 364–372. Janeiro de 2023. Disponível em: https://doi.org/10.17921/2176-5634.2022v15n3p364-372. Acesso em 13 de maio de 2024. KISTEMANN JR., M. A.. Relações de Gênero, Educação Matemática e discurso: enunciados sobre mulheres, homens e matemática. Bolema: Boletim de Educação Matemática, v. 26, n. 42a, p. 381–386, abr. 2012. Palavras-chave: Educação STEM; Ensino de Matemática; Equidade de Gênero; Pesquisa-ação.

Nível de Ensino: Ensino Médio e Ensino Médio Técnico
Tem protótipo: Não
Necessita de mesa: Não

Área do Conhecimento: Pesquisa - Ciências Humanas

Integrantes: